quarta-feira, 27 de março de 2013

Delegado da Polícia Federal do RN é condenado a mais de sete anos de prisão


O delegado da Polícia Federal Adauto Gomes da Silva Júnior, lotado em Natal no Rio Grande do Norte, foi condenado na manhã desta quarta-feira (27) pela Justiça Federal do RN a sete anos e seis meses de reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado, e multa de 100 salários mínimos.

O delegado é acusado de ter vazado informações sigilosas da Operação Serra Negra (violação de sigilo funcional) e de colaboração com tráfico de drogas.

Em Março de 2010, a Polícia Federal de Mossoró investigava uma organização criminosa que seria responsável pelo tráfico inter-estadual de drogas e planejava efetuar a prisão de seus integrantes ainda naquele mês. No dia 15 de março de 2010, às 16h51, o delegado Adauto Gomes informou a Karla Micaelly Fernandes da Silva, uma das integrantes da quadrilha, através de um telefonema, sobre a realização da operação Serra Negra. Imediatamente Karla ligou para Ikaro Mikael da Silva Jácome, que era o chefe da quadrilha e principal alvo da PF, e disse que recebeu de um "amigo da PF" a informação sobre a operação, e orientou-o a mudar de telefone, pois o número dele estava grampeado pela PF.

Ainda de acordo com testemunhos de outros policiais federais, o Delegado Adauto esteve dias depois na delegacia da PF de Mossoró querendo saber informações detalhadas sobre a operação e de acordo com o MPF - Ministério Público Federal, essas informações sigilosas foram todas repassadas à quadrilha.

Com isso as investigações foram dificultadas e a quadrilha conseguiu se livrar de grande quantidade da droga e os principais integrantes conseguiram fugir. Ainda de acordo com o MPF, a conduta de Adauto Gomes é inaceitável e incompatível com as funções de um delegado da Polícia Federal, e que o comportamento dele trouxe prejuízos irreversíveis à operação.

De acordo com a juíza Cíntia Menezes Brunetta, que foi quem deferiu a sentença, testemunhas disseram durante o inquérito, que o delegado também é envolvido em outros crimes, como homicídio e participação em grupos de extermínio, e por isso o Ministério Público também pediu a exoneração dele do cargo de delegado.

O delegado Adauto Gomes ainda poderá recorrer da decisão em instâncias superiores e aguardar o julgamento final do STF em liberdade.

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